Montando Tanques de Rede para Peixes: Um Guia Detalhado

Introdução:

A piscicultura em tanques rede se destaca como uma opção promissora para a criação de peixes no Brasil, devido à sua alta produtividade, baixo custo de implementação e fácil manejo. Este guia detalhado irá te auxiliar na construção do seu próprio tanque de rede, utilizando como base o “sisteminha Embrapa”.

Materiais Necessários

Estrutura dos Tanques Rede:
  • Tubos de PVC ou ferro galvanizado (diâmetro e comprimento de acordo com o dimensionamento do tanque)
  • Conectores e peças de fixação (parafusos, porcas, cotovelos, etc.)
  • Tela de nylon ou polietileno (malha de 1 a 3 mm, tamanho suficiente para cobrir todo o tanque)
Ferramentas:
  • Serra para corte de tubos (serra manual, elétrica ou serrote)
  • Furadeira com brocas para metal
  • Chave inglesa
  • Alicate de corte
  • Trena ou metro
Outros:
  • Corda ou cabo de aço para fixação da rede (espessura e comprimento adequados para o tamanho do tanque)
  • Flutuadores (quantidade suficiente para manter a rede na superfície da água)
  • Lastros (pedras, concreto ou sacos de areia) para fixar a rede no fundo do tanque
  • Mangueira para entrada e saída de água (diâmetro e comprimento adequados para o fluxo de água)

Passo a Passo:

1. Dimensionamento dos Tanques Rede:
  • Determine a quantidade de peixes que você deseja criar.
  • Utilize a fórmula para calcular o volume dos tanques rede: Volume (m³) = Número de peixes x Fator de conversão (m³/peixe).
  • O fator de conversão varia de acordo com a espécie de tilápia e o sistema de cultivo. Consulte um especialista ou utilize valores de referência para estimar o volume ideal.
2. Escolha do Local:
  • Selecione um local plano e de fácil acesso, com boa qualidade da água e insolação adequada.
  • Considere a topografia do terreno para garantir a estabilidade do tanque.
  • Avalie a disponibilidade de energia elétrica e água para abastecimento e descarte.
3. Montagem da Estrutura:
  • Corte os tubos de PVC ou ferro galvanizado de acordo com o dimensionamento do tanque.
  • Utilize conectores e peças de fixação para montar a estrutura, seguindo um esquema pré-definido.
  • Certifique-se de que a estrutura esteja nivelada e firme para suportar o peso da água e dos peixes.
4. Instalação da Rede:
  • Prenda a tela de nylon ou polietileno na estrutura do tanque utilizando corda ou cabo de aço.
  • Ajuste a rede para garantir que ela esteja bem esticada e sem folgas.
  • Utilize lastros para manter a rede no fundo do tanque e evitar que os peixes escapem.
5. Sistemas de Entrada e Saída de Água:
  • Instale mangueiras para entrada e saída de água no tanque.
  • Posicione a entrada de água na parte inferior do tanque para garantir a circulação adequada.
  • A saída de água deve estar localizada na parte superior do tanque para facilitar o escoamento.
6. Acessórios Adicionais:
  • Flutuadores podem ser utilizados para auxiliar na sustentação da rede e evitar o afundamento.
  • Um sistema de aeração pode ser necessário para garantir a oxigenação da água, principalmente em tanques com alta densidade populacional.
7. Finalização:
  • Verifique se todos os componentes estão bem fixados e seguros.
  • Realize um teste de vazamento enchendo o tanque com água.
  • Limpe o tanque antes de colocar os peixes.
Dicas Extras:
  • Utilize materiais de boa qualidade para garantir a durabilidade dos tanques rede.
  • Mantenha os tanques rede limpos e livres de detritos para evitar a proliferação de doenças.
  • Monitore a qualidade da água regularmente e realize a troca parcial da água quando necessário.
  • Ofereça aos peixes uma alimentação nutritiva e balanceada para garantir seu crescimento saudável.
  • Busque conhecimento técnico em piscicultura para otimizar a produção e obter melhores resultados.

Etapas de Construção

A construção de um tanque de rede para peixes envolve diversas etapas, desde o planejamento e dimensionamento até a montagem da estrutura e instalação dos sistemas de entrada e saída de água. Para garantir um processo seguro, eficiente e com resultados satisfatórios, siga estas etapas com atenção:

1: Planejamento e Dimensionamento

  1. Definição dos Objetivos: Determine a quantidade de peixes que você deseja criar e a espécie de tilápia mais adequada para o seu projeto.
  2. Localização Ideal: Escolha um local plano, de fácil acesso, com boa qualidade da água, insolação adequada e disponibilidade de energia elétrica e água para abastecimento e descarte.
  3. Dimensionamento do Tanque: Calcule o volume do tanque utilizando a fórmula Volume (m³) = Número de peixes x Fator de conversão (m³/peixe). O fator de conversão varia de acordo com a espécie e o sistema de cultivo. Consulte um especialista ou utilize valores de referência para estimar o volume ideal.
  4. Esboço do Tanque: Faça um desenho detalhado do tanque, incluindo as medidas, a disposição da estrutura e a localização dos sistemas de entrada e saída de água.

2: Aquisição de Materiais

  1. Materiais para a Estrutura:
    • Tubos de PVC ou ferro galvanizado (diâmetro e comprimento de acordo com o dimensionamento do tanque)
    • Conectores e peças de fixação (parafusos, porcas, cotovelos, etc.)
  2. Materiais para a Rede:
    • Tela de nylon ou polietileno (malha de 1 a 3 mm, tamanho suficiente para cobrir todo o tanque)
    • Corda ou cabo de aço para fixação da rede (espessura e comprimento adequados para o tamanho do tanque)
  3. Materiais para Acessórios:
    • Flutuadores (quantidade suficiente para manter a rede na superfície da água)
    • Lastros (pedras, concreto ou sacos de areia) para fixar a rede no fundo do tanque
    • Mangueira para entrada e saída de água (diâmetro e comprimento adequados para o fluxo de água)
  4. Ferramentas:
    • Serra para corte de tubos (serra manual, elétrica ou serrote)
    • Furadeira com brocas para metal
    • Chave inglesa
    • Alicate de corte
    • Trena ou metro

3: Montagem da Estrutura

  1. Corte dos Tubos: Siga as medidas do seu projeto e utilize a serra adequada para cortar os tubos de PVC ou ferro galvanizado.
  2. Montagem da Estrutura: Utilize conectores e peças de fixação para montar a estrutura do tanque, de acordo com o seu esboço. Certifique-se de que a estrutura esteja nivelada e firme para suportar o peso da água e dos peixes.
  3. Fixação da Rede: Prenda a tela de nylon ou polietileno na estrutura do tanque utilizando corda ou cabo de aço. Ajuste a rede para garantir que ela esteja bem esticada e sem folgas.

4: Instalação dos Sistemas de Entrada e Saída de Água

  1. Entrada de Água: Instale a mangueira de entrada de água na parte inferior do tanque, em um local estratégico para garantir a circulação uniforme da água. Utilize conexões adequadas para fixar a mangueira à estrutura do tanque.
  2. Saída de Água: Instale a mangueira de saída de água na parte superior do tanque, em um local que facilite o escoamento da água. Utilize conexões adequadas para fixar a mangueira à estrutura do tanque.

5: Acessórios e Finalização

  1. Flutuadores: Posicione os flutuadores ao longo da estrutura do tanque para auxiliar na sustentação da rede e evitar o afundamento.
  2. Lastros: Distribua os lastros no fundo do tanque para fixar a rede e evitar que os peixes escapem.
  3. Teste de Vazamento: Encha o tanque com água para verificar se há algum vazamento nas conexões ou na rede.
  4. Limpeza e Preparo: Limpe o tanque completamente antes de colocar os peixes. Adicione água e deixe-a descansar por alguns dias para remover possíveis impurezas.

Escolha da Espécie

A escolha da melhor espécie de peixe para criação em tanque rede depende de diversos fatores, como as características da sua região, clima, qualidade da água, experiência em piscicultura e objetivos de produção.

No entanto, algumas espécies se destacam por sua alta adaptabilidade ao cultivo em tanques rede, resistência a doenças, bom crescimento e mercado consumidor promissor no Brasil:

1. Tilápias (Oreochromis niloticus e Oreochromis sp.):

  • Vantagens: Peixes generalistas, omnívoros (comem de tudo), crescimento rápido, alta conversão alimentar, boa resistência a doenças, carne saborosa e mercado consumidor amplo e consolidado.
  • Desvantagens: Exigem manejo cuidadoso para evitar superpopulação e canibalismo, sensíveis a baixas temperaturas (abaixo de 18°C).

2. Tambaqui (Colossoma macropomum):

  • Vantagens: Peixe herbívoro, crescimento rápido, alta conversão alimentar, carne saborosa e valor comercial elevado, ideal para policultivo com tilápias.
  • Desvantagens: Exige água com boa qualidade e manejo técnico adequado, sensível a baixas temperaturas (abaixo de 20°C).

3. Pacu (Colossoma macropomum x Piaractus mesopotamicus):

  • Vantagens: Peixe herbívoro, crescimento rápido, alta conversão alimentar, carne saborosa e valor comercial atrativo, ideal para policultivo com tilápias.
  • Desvantagens: Exige água com boa qualidade e manejo técnico adequado, sensível a baixas temperaturas (abaixo de 20°C).

4. Surubim (Pseudoplatystoma reticulatum):

  • Vantagens: Peixe carnívoro, crescimento rápido, alta conversão alimentar, carne saborosa e valor comercial elevado, potencial para criação em monocultura ou policultivo.
  • Desvantagens: Exige alimentação com ração de qualidade, manejo cuidadoso para evitar estresse e canibalismo, sensível a baixas temperaturas (abaixo de 20°C).

5. Dourado (Salminus brasiliensis):

  • Vantagens: Peixe carnívoro, crescimento rápido, carne saborosa e valor comercial alto, considerado um peixe esportivo com potencial para pesque e solte.
  • Desvantagens: Exige alimentação com ração de qualidade, manejo cuidadoso para evitar estresse e canibalismo, sensibilidade a doenças e manejo mais complexo.

Outras Espécies Promissoras:

  • Carpa (Cyprinus carpio): Peixe herbívoro, resistente a doenças, ideal para policultivo, mas crescimento lento em comparação com outras espécies.
  • Pacu-peva (Mylossoma aurosphytum): Peixe frugívoro, crescimento rápido, carne saborosa, porém exigente quanto à qualidade da água e manejo técnico.
  • Jundiá (Cichla ocellaris): Peixe carnívoro, predador natural de tilápias, ideal para controle populacional em policultivo, mas exige manejo cuidadoso para evitar predação excessiva.
Lembre-se:
  • A escolha da espécie ideal depende de uma análise criteriosa dos fatores mencionados acima.
  • Consulte um profissional especializado em piscicultura para obter orientação técnica e avaliar a viabilidade do seu projeto.
  • Invista em conhecimento e boas práticas de manejo para garantir o sucesso da sua criação de peixes em tanque rede.

Rentabilidade

Análise comparativa detalhada das 5 espécies mais promissoras (Tilápia, Tambaqui, Pacu, Surubim e Dourado), com base em indicadores de desempenho, custos de produção e potencial de mercado.

Considerações:
  • Rentabilidade depende de diversos fatores específicos de cada projeto (região, clima, qualidade da água, experiência em piscicultura, etc.).
  • A tabela apresenta uma visão geral, mas a consulta com um profissional especializado é fundamental para uma análise individualizada.
  • Indicadores de lucratividade são estimativas e podem variar de acordo com as condições de mercado e manejo da criação.

Tabela Comparativa:

Espécie

Vantagens

Desvantagens

Indicadores de Lucratividade

Tilápia (Oreochromis niloticus e Oreochromis sp.) Crescimento rápido, alta conversão alimentar, boa resistência a doenças, carne saborosa, mercado consumidor amplo e consolidado. Exige manejo cuidadoso para evitar superpopulação e canibalismo, sensível a baixas temperaturas (abaixo de 18°C). Custo de produção relativamente baixo, alta taxa de conversão alimentar, alto potencial de venda em diversos mercados (consumo humano, pesque e solte).
Tambaqui (Colossoma macropomum) Peixe herbívoro, crescimento rápido, alta conversão alimentar, carne saborosa e valor comercial elevado, ideal para policultivo com tilápias. Exige água com boa qualidade e manejo técnico adequado, sensível a baixas temperaturas (abaixo de 20°C). Custo de produção moderado, alta taxa de conversão alimentar, alta demanda no mercado regional e nacional.
Pacu (Colossoma macropomum x Piaractus mesopotamicus) Peixe herbívoro, crescimento rápido, alta conversão alimentar, carne saborosa e valor comercial atrativo, ideal para policultivo com tilápias. Exige água com boa qualidade e manejo técnico adequado, sensível a baixas temperaturas (abaixo de 20°C). Custo de produção moderado, alta taxa de conversão alimentar, demanda crescente no mercado regional e nacional.
Surubim (Pseudoplatystoma reticulatum) Peixe carnívoro, crescimento rápido, alta conversão alimentar, carne saborosa e valor comercial elevado, potencial para criação em monocultura ou policultivo. Exige alimentação com ração de qualidade, manejo cuidadoso para evitar estresse e canibalismo, sensível a baixas temperaturas (abaixo de 20°C). Custo de produção moderado a alto (dependendo da qualidade da ração), alta taxa de conversão alimentar, alto valor comercial, demanda em mercados gourmet e pesque e solte.
Dourado (Salminus brasiliensis) Peixe carnívoro, crescimento rápido, carne saborosa e valor comercial alto, considerado um peixe esportivo com potencial para pesque e solte. Exige alimentação com ração de qualidade, manejo cuidadoso para evitar estresse e canibalismo, sensibilidade a doenças e manejo mais complexo. Custo de produção alto (dependendo da qualidade da ração), alta taxa de conversão alimentar, alto valor comercial em mercados específicos (pesque e solte, aquarismo).

Recomendações:

  • Tilápia: Espécie mais indicada para iniciantes, devido à sua rusticidade, manejo relativamente fácil e mercado consumidor amplo.
  • Tambaqui e Pacu: Opções promissoras para policultivo com tilápias, agregando valor nutricional e diversificando a produção.
  • Surubim: Lucrativo para criação em monocultura ou policultura, exigindo investimento em ração de qualidade e manejo especializado.
  • Dourado: Altamente lucrativo, mas com foco em mercados específicos e manejo mais complexo, ideal para criadores experientes.

Considerações Finais

A criação de peixes em tanques rede se apresenta como uma atividade econômica promissora no Brasil, com potencial para gerar renda, diversificar a produção aquática e contribuir para a segurança alimentar. No entanto, o sucesso dessa atividade depende de diversos fatores que exigem planejamento, conhecimento técnico e manejo adequado.

  • Planejamento Detalhado: É fundamental realizar um planejamento detalhado antes de iniciar a criação, definindo objetivos, dimensionando o tanque, escolhendo a espécie ideal, avaliando a viabilidade econômica e buscando orientação profissional.
  • Qualidade da Água: A qualidade da água é um dos principais fatores para o sucesso da criação. É crucial garantir água limpa, com os parâmetros físico-químicos adequados para a espécie escolhida.
  • Manejo Adequado: O manejo adequado dos peixes envolve diversas práticas, como alimentação balanceada, controle populacional, monitoramento da saúde dos animais e boas práticas de higiene.
  • Mercado Consumidor: A escolha da espécie deve considerar a demanda do mercado consumidor local e regional, buscando nichos de mercado rentáveis e com potencial de crescimento.
  • Capacitação e Experiência: Investir em conhecimento e capacitação em piscicultura é fundamental para garantir um manejo eficiente e evitar perdas na produção.

Conclusão:

A criação de peixes em tanques rede oferece oportunidades para geração de renda, diversificação da produção aquática e contribuição para a segurança alimentar. No entanto, é fundamental ter em mente que o sucesso dessa atividade depende de um planejamento rigoroso, escolha da espécie adequada, manejo técnico responsável, investimento em conhecimento e acompanhamento profissional. Ao seguir essas diretrizes e considerar os fatores mencionados neste guia, você estará no caminho certo para alcançar resultados positivos e construir um negócio sustentável e próspero na piscicultura.

Lembre-se:
  • A piscicultura é uma atividade complexa que exige dedicação, conhecimento e trabalho duro.
  • O sucesso na criação de peixes em tanque rede depende da sua capacidade de planejamento, aprendizado contínuo e manejo responsável dos animais.
  • Consulte um profissional especializado em piscicultura para obter orientação técnica personalizada e garantir o sucesso da sua criação.
  • Veja também um guia para construção de tanques de peixe aqui.

Recursos Adicionais:

 

3 thoughts on “Montando Tanques de Rede para Peixes: Um Guia Detalhado”

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